UNÇÃO E IMPOSIÇÃO DE MÃOS

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Erroneamente, muitos crentes citam os versos ditos por Davi em I Samuel 24:6 (E disse aos seus homens: O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, ao ungido do Senhor, estendendo eu a minha mão contra ele; pois é o ungido do Senhor.) e I Samuel 26:9 (E disse Davi a Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem estendeu a sua mão contra o ungido do Senhor, e ficou inocente?) para conferir privilégios especiais aos servos do Senhor em  nossos dias como os missionários,  presbíteros e diáconos,  privilégios estes que eram conferidos aos ungidos como bem sabia Davi.

Mas a questão é: Tem os missionários, presbíteros e diáconos direitos especiais  como a proteção do Senhor a ponto de serem intocáveis ou vitalicidade nos ministérios? Para acharmos a resposta, temos que considerar que muitas das práticas do Velho Testamento aplicavam-se exclusivamente à Israel e não são aplicáveis à Igreja hoje. Temos que cuidar para que práticas judaizantes que nunca foram parte da doutrina dos apóstolos comecem a fazer parte das Igrejas Neotestamentárias. Segundo o Dicionário Bíblico John Davis, unção é o ato de derramar óleo sobre a cabeça, ou aplicá-lo a qualquer pessoa ou coisa. A Bíblia fala da unção com sete propósitos:

 

1) Estéticos (II Sam 12:20, Dan 10:3, Mt 6:17).

2)Cortesia feita para os hóspedes (Lucas 7:46).

3)Tratamentos medicinais como uso do óleo diretamente nas enfermidades (Is. 6:1, Lc 10:34, Ap 3:18).

4)Unção aos doentes, que é parte dos procedimentos da Igreja Neotestamentária e que difere do anterior uma vez que o item 03 tratava-se de um tratamento naturalista e neste caso os crentes não confiavam nas propriedades terapêuticas do óleo, mas do poder que opera através da obediência e da fé, a favor dos crentes (Tg 5:14,15).

 

5)Unção dos utensílios do altar e do tabernáculo (Ex. 29:36, Ex 30:26, Ex 40:9-11)

6)Unção oficial destinada aos sacerdotes, profetas e reis, que é exatamente aonde nós muitas vezes nos confundimos. Desdobrando, encontramos:

6a)Unção dos sacerdotes (Arão e seus sucessores -Ex 28:41, Ex. 29:7, Ex. 30:29-30,Ex 40:13-15).

6b)Unção dos profetas exemplificada na unção que Elias conferiu a Eliseu ( I Re 19:16)e a Abraão que sendo patriarca foi classificado entre os ungidos como profeta (Sl. 105:14-15, Gen. 20:3, 7).

6c)Unção dos reis que iniciou com Saul (I Sam 9:16, I Sam 10:1), Davi (I Sam 16:112,13, II Sam 2:7, II Sam 3:39), Salomão(I Re 1:34), Hazael, rei da Siria, Jeú, Joás e outros.

 

7)A convergência da unção oficial destinada aos sacerdotes, profetas e reis em uma só pessoa, o Messias, o Cristo que significam “O Ungido” (Sl 45:7, Is. 61:1, Lc 4:18,  At 4:27, At 10:38, Hb 1:9), o Senhor Jesus foi ungido pelo Espírito Santo (Lc 3:21,22, Lc 4: 18,19,21, Sl 2:2-7),para ser Sacerdote( Hb 2:17, 4:14-15, 5:5-6, 6:20, 7:26, 8:1), Profeta (Lc 7:16, Lc 13:32-34, Lc 24:19, At 3:22,23) e Rei (Is 9:7, Jer 23:5, Zc 9:9, Mateus 21:5, João 1:49, João 18:37, Ap. 17:14, Ap 19:16).

 

            Diferente da Unção havia a imposição de mãos que teve sua significação no Velho testamento e a sua utilização no Novo testamento. Segundo o Dicionário Bíblico John Davis a imposição de mãos era um ato simbólico pela qual se fazia a consagração de uma pessoa ou animal para um fim específico. Na Bíblia são citados alguns casos de imposição de mãos:

 

1)A imposição de mãos do povo de Israel sobre a cabeça dos levitas consagrando-os ao serviço do Senhor em lugar dos primogênitos de todas as tribos. O ato de imposição de mãos significava, segundo autorização divina, que as suas obrigações para o serviço de Deus eram transferidas para os levitas (Num 8:5-20).

 

2)Quando traziam um animal para o altar dos sacrifícios, punham as mãos sobre a cabeça das vítimas e a consagravam a Deus, como representante e substituto do pecador. (Lev 1:4, Lev 16:21).

 

3)A imposição de mãos de Jacó sobre a cabeça dos filhos de José, dando-lhes lugar entre os seus filhos e conferindo-lhes as bênçãos do pacto e transferindo-as a eles do mesmo modo que haviam feito os seus antepassados. (Gen 48:5-20).

 

4)No Novo testamento, a imposição das mãos do presbitério sobre a cabeça de Timóteo consagrando-o oficialmente ao trabalho do Evangelho e conferindo-lhe graças. (I Tim 4:14), a escolha dos diáconos da Igreja em Jerusalém (Atos 6:5-6), envio dos missionários Paulo e Barnabé (Atos 13:1-3) e a escolha dos presbíteros (I Tim 5:17-22). A imposição das mãos do presbitério significava que o ordenando recebia ordens e ficava devidamente autorizado para exercer o ministério da graça; ou, quando menos significava uma recomendação oficial do candidato a Deus, como recipiente da graça divina.

 

Esclarecidas as diferenças, vemos que os ministérios atuais da Igreja estão sob a imposição de mãos com privilégios específicos da graça de Deus sobre cada um dos ministérios. Perigoso é evocar a um ministério da Igreja a recomendação de não tocar os ungidos do Senhor, pois não é este o caso. Presbíteros, diáconos e missionários não são intocáveis. Paulo quando citou o caso de Alexandre, o latoeiro que havia lhe causado muitos males, simplesmente entregou-o nas mãos da justiça de Deus (II Tim 4:14), além disso, é previsto que os presbíteros que pecarem devem ser repreendidos publicamente e uma vez repreendidos, tornam-se repreensíveis e perdem os requisitos para o ministério, sendo o mesmo estendido aos demais ministérios.

 

Fontes de consulta:

Dicionário da Bíblia, John D. Davis, Bíblia de referência Thompson e Bíblia Vida Nova. 

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