Pelo caminho infinito

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Cornélio Gomes Porto Machado, missionário das Igrejas Evangélicas Neotestamentárias, faleceu em um acidente cortando grama do quintal de sua casa, no dia 4 de abril aos 89 anos. Nasceu em 7 de março de 1918, em Três Cruzes, município de Artigas, no Uruguai.
Aos 22 anos era um pecador perdido, bêbado, sem descanso, que andava pelas ruas "cantando tristezas".
Não podia descansar, terríveis pesadelos tiravam-lhe o sono.
  
Em um destes momentos de tristeza e dor, encontrou a salvação e caiu de joelhos diante do Salvador Jesus Cristo.
Foi tão grande sua conversão, e tão tremenda a mudança que seu testemunho foi sua bandeira.
Aos 26 anos é chamado para a obra missionária, e com viva segurança começa seus estudos na Escola Bíblica em Temperley (Argentina).
É consagrado como missionário aos 30 anos de idade. Um ano depois se casa com Esther Alt que há pouco tempo também havia sido consagrada missionária.
 
Tiveram 8 filhos, Sonia Reny que faleceu ao nascer; Ricardo, Elder, Hector, Ana Ruth e os gêmeos Eduardo e Carlos.
Realizou o velório de seu filho Ricardo, e um ano depois o de outro filho, Hector, que foi assaltado e assassinado em seu serviço. Este último foi um mês antes da sua partida.
 
Em 1950, começa seu trabalho na cidade de Riveira, por lugares difíceis e numa época em que a polícia não podia entrar no bairro "A Alegria", que era o centro da evangelização. Com um megafone, outras vezes com auto-falante e, ainda que não os tivesse, igualmente pregava nas esquinas anunciando as boas novas de salvação.
 
Foi cuspido, agredido e muitas vezes teve a roupa suja por tomates, ovos podres que entretanto não o fizeram desistir da sua missão. Sua perseverança levou a salvação a muitas pessoas.
 
Assim, pôde ver que a semente nem sempre cai em terra estéril, mas que chega também a solos férteis, a corações que se abrem para receber a mensagem divina.
 
Os que o conheciam sabiam muito bem que às 2 da madrugada se levantava para se dedicar a oração e leitura da Bíblia.
 
Quando Ricardo se encontrava em estado grave no CTI, impediram que Dom Cornélio entrasse na sala com a Bíblia e um frasco de azeite para ungi-lo. Então, para escapar da revista, tirou a folha da Bíblia na qual está a carta de Tiago, providenciou um minúsculo frasco com azeite e adentrou no CTI. Ali estava o filho com o respirador automático, e o pai lendo a folha da Santa Palavra e obedecendo ao mandado do Senhor. Tiago 5: 13-18 "Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. 14 Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; 15 E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. 16 Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. 17 Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. 18 E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto."
 
Ele usou a mesma prática em outra oportunidade quando sua esposa Esther ficou em estado grave, com derrame cerebral, também "bolou" o mesmo plano e a ungiu. Ela se recuperou e hoje conta como Deus pôs sua mão sobre ela.
 
Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o irmão Júlio Viveros (pai do pastor Júlio Alt Viveros), estava com câncer avançado e segundo os médicos já não havia esperança. Contudo, ali estava Cornélio ungindo-o e deixando a vida do doente nas mãos de Deus. O Sr. Júlio viveu mais 20 anos.
 
Sem dúvida tinha o dom de cura, e o pôs em prática. São muitos os testemunhos de pessoas que foram curadas de enfermidades, muitas sem esperanças.
 
Ele também ficou gravemente enfermo. Esteve muito mal, e ainda que sob efeito de fortes medicamentos, cambaleando, em uma manhã de uma forma incrível pregou a todos os estavam internados na sala com ele.
 
Foi um homem de muita oração.
 
Uma manhã, muito cedo saiu rumo ao norte, porque havia sentido do Senhor seguir esse caminho. Caminhou todo o dia, ao entardecer deparou com um homem à beira do caminho e lhe disse: "Sabia que você é um pecador perdido?" O homem se ajoelhou e pediu perdão a Deus.
 
Teve muitas lutas espirituais. Na esquina de sua casa pregava como era costume com um megafone, mas na metade da quadra havia uma centro espírita, e aproveitou para mostrar a palavra de condenação aos que praticam tais coisas. À noite enviaram os demônios a sua casa, porém estes foram expulsos por meio da oração.
 
Fazendo a obra pessoal visitou, sem saber, uma bruxa. Esta mulher, consagrada à bruxaria, lhe enviou demônios e pensou: "Este homem só volta se for de Deus". Cornélio conta que enquanto caminhava quase podia apalpar a presença diabólica. Dedicou um tempo à oração e voltou à casa da bruxa. Nesse dia ela se converteu.
 
A evangelização foi seu forte, e não importava a hora nem o lugar se era para falar de Jesus Cristo. Juntos fazíamos um programa de rádio, e com seus 89 anos pregava com uma clareza incrível. Não se importando que muitas vezes voltávamos da emissora à meia noite.
Muitos e mui eloqüentes foram os testemunhos de pessoas que conheceram o evangelho por meio deste fiel servo do Senhor.
 
Diante deste testemunho, as palavras se calam, a gratidão se exalta, a fé reanima os horizontes perdidos. É o que Deus nos mostra na vida e na morte de Cornélio a grandeza de Sua obra e o caminho infinito que conduz a Ele.
 
Carlos H. Gómez Alt – filho do missionário Cornélio Gómez

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